Como os microplásticos no corpo humano podem afetar nossa saúde?

Veja como essas partículas de plástico entram no corpo e possíveis soluções
Os microplásticos no corpo humano já não são mais uma suspeita: estudos recentes identificaram partículas de plástico em órgãos vitais como cérebro, fígado, rins, pulmões, testículos e até na placenta. Essa presença no organismo acende um alerta preocupante: como os microplásticos podem afetar nossa saúde de forma direta?
Como os microplásticos entram no nosso corpo?
As partículas de plástico entram no corpo principalmente por três vias: alimentação, respiração e, possivelmente, pela pele. Estão presentes em alimentos — especialmente frutos do mar e produtos embalados em plástico —, na água contaminada e no ar, fruto da degradação de pneus, emissões industriais e resíduos no solo. A inalação de microplásticos, por exemplo, permite que essas partículas alcancem os pulmões e circulem pela corrente sanguínea, podendo depositar-se em diversos órgãos.
Como agem no corpo humano?
Uma vez dentro do organismo, os microplásticos podem agir como corpos estranhos, provocando inflamações e alterações celulares que comprometem o funcionamento dos tecidos. Além disso, esses polímeros carregam aditivos químicos tóxicos, como plastificantes, pigmentos e retardadores de chama, que podem interferir nos processos biológicos e causar efeitos tóxicos no sistema nervoso e imunológico.
Estudos indicam que a presença dessas partículas está associada a doenças cardiovasculares, por exemplo, um estudo no New England Journal of Medicine detectou microplásticos em placas ateroscleróticas, aumentando o risco de infarto e AVC. Também há evidências de que microplásticos podem afetar o metabolismo hepático, causar resistência à insulina e prejudicar o sistema reprodutivo.
Inflamações, alterações hormonais e riscos crônicos
A exposição contínua aos microplásticos pode induzir inflamações crônicas e alterações hormonais. Como explica a enfermeira Lis Leão, pesquisadora do Einstein Hospital, esses compostos químicos têm potencial para interferir na regulação dos sistemas biológicos, podendo afetar o sistema nervoso e o imunológico. Essa interferência pode desencadear doenças autoimunes e outros distúrbios.
Possíveis soluções e caminhos para a redução do impacto
Pesquisas indicam que métodos como a aférese terapêutica — um tipo de filtração sanguínea — podem ser promissores para a remoção dessas partículas do corpo. Porém, a principal medida é evitar a exposição, reduzindo o uso de plásticos descartáveis e substituindo-os por materiais biodegradáveis ou reutilizáveis.
Além disso, a educação ambiental é fundamental para despertar a consciência sobre o problema desde cedo, integrando escolhas individuais e pressão por políticas públicas mais efetivas. A responsabilidade dos produtores também precisa ser reforçada, cobrando o ciclo completo de vida dos produtos plásticos.
Como os microplásticos no corpo humano podem afetar nossa saúde:
Provocam inflamações crônicas em diversos órgãos.
Alteram o funcionamento celular, comprometendo tecidos.
Carregam aditivos tóxicos que afetam sistemas nervoso e imunológico.
Aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
Podem prejudicar o metabolismo hepático e causar resistência à insulina.
Interferem no sistema hormonal, causando desequilíbrios.
Afetam o sistema reprodutivo, com partículas encontradas em testículos e fluido folicular.
Podem desencadear doenças autoimunes e inflamações sistêmicas.
Estão associados a alterações no sistema nervoso central.
São invisíveis a olho nu, dificultando a percepção e prevenção.
Fonte: Mais Goiás