Entidades da área de Farmácia repudiam criação do curso de Engenharia Farmacêutica na UFG

Entidades da área de Farmácia repudiam criação do curso de Engenharia Farmacêutica na UFG
Universidade Federal de Goiás (UFG) pretende criar curso de engenharia farmacêutica (Foto: Divulgação)

Farmacêuticos repudiam novo curso na UFG

Um projeto de criação do curso de Engenharia Farmacêutica pela Universidade Federal de Goiás (UFG), conduzido pelo Instituto de Química (IQ), provocou reação de entidades representativas da categoria. O Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e o Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO) divulgaram notas públicas de repúdio e apontaram riscos acadêmicos, regulatórios e profissionais na implantação da graduação.
Em nota, o CRF-GO classificou a iniciativa como “redundante e desnecessária”, destacando que o curso de Farmácia já contempla todas as competências necessárias para atuação na indústria, desde pesquisa e desenvolvimento até a produção e o controle de qualidade de medicamentos, vacinas, biofármacos, imunobiológicos e insumos”. A entidade alertou que a proposta pode gerar sobreposição de atribuições, fragmentação da formação e insegurança no mercado de trabalho.

O Conselho foi além e formalizou no último dia 22 de agosto, sua posição em ofício encaminhado à reitora da UFG, professora Angelita Pereira de Lima, no qual afirma que a criação do curso “pode acarretar insegurança jurídica e institucional”, já que não existe regulamentação específica para o exercício profissional do engenheiro farmacêutico no Brasil. No documento, o CRF-GO pede que a universidade reavalie a pertinência técnica, acadêmica e social da proposta.

Já a Fenafar e o Sinfar-GO reforçaram, em nota conjunta, que a medida representa um “equívoco conceitual”, por não se originar claramente da Farmácia nem da Engenharia, mas da Química. As entidades defendem que reduzir a formação em fármacos e medicamentos a aspectos técnicos contraria a essência do farmacêutico, profissional de saúde cuja atuação vai da inovação tecnológica à promoção do cuidado humano e animal. Ignorar a legislação vigente, afirmam, pode expor estudantes ao risco de se formarem em uma carreira sem reconhecimento, criando um “limbo regulatório e profissional”.
As três entidades reafirmam seu compromisso com a valorização da formação farmacêutica já existente no Brasil e pedem à UFG a suspensão da proposta de Engenharia Farmacêutica. O Mais Goiás entrou em contato com a Universidade Federal de Goiás para ouvir sua posição, mas ainda não obteve resposta. O espaço será atualizado tão logo o posicionamento for divulgado.[

Fonte: Mais Goiás