Hugo realiza mutirões de cirurgias para conter avanço de superlotação

Hugo realiza mutirões de cirurgias para conter avanço de superlotação
Hospital aciona plano de contingência com plantões noturnos e fim de semana (Foto: Agência Cora)

Força-tarefa do Hugo prevê 160 cirurgias para reduzir filas e corredores lotados

Com plantões noturnos e nos fins de semana, o Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia, acionou um plano de contingência com mutirão de cirurgias para tentar conter a superlotação da unidade. Com pacientes nos corredores, muitos aguardando procedimentos e até demora na remoção de pacientes em óbito ao lado de outros internados, o hospital chegou ao limite no último mês. O Mais Goiás conversou com a diretora médica Fabiana Rolla, que explicou que a ação pretende realizar cerca de 160 cirurgias nessas quase três semanas, com média de 8 a 9 procedimentos por dia, sendo metade fora do horário convencional para desafogar o atendimento. A força-tarefa começou em 27 de agosto e segue até 14 de setembro.
“Estamos adotando uma estratégia emergencial para atender à demanda imediata, mas também buscamos soluções estruturais permanentes para melhorar o fluxo de pacientes e reduzir a superlotação de forma sustentável”, afirma Fabiana, lembrando que o mutirão funciona como uma ação de emergência em períodos de alta demanda e superlotação.
Objetivo é reduzir tempo de espera
O plano foi acionado depois que a taxa de ocupação ultrapassou a capacidade operacional do hospital, que atende pacientes de todo o estado e, quando necessário, de outras regiões do país. De acordo com a diretora médica, a estratégia permite mobilizar equipes em horários alternativos, priorizando pacientes que já têm indicação cirúrgica definida e boas condições clínicas, para agilizar as altas hospitalares e manter o fluxo de leitos ativos. A maioria dos procedimentos é ortopédica, mas também estão sendo realizadas cirurgias gerais, vasculares e neurocirurgias.
Fabiana Rolla explicou que, mesmo diante de uma alta demanda sazonal e de fatores externos que sobrecarregam o hospital, o objetivo do plano de contingência é garantir acesso rápido e seguro às cirurgias, liberando leitos e ampliando o atendimento para todos os pacientes que precisam. “Nosso foco está em atender pacientes com segurança e qualidade, mesmo quando realizamos procedimentos fora do horário habitual. Cada equipe extra é dedicada exclusivamente a esses mutirões, sem comprometer o trabalho regular”, explica.
Tecnologia e reformas podem agilizar atendimentos
Sob a gestão da Sociedade Albert Einstein há um ano, o tempo médio de espera por cirurgias caiu de cerca de 60 dias para oito dias. Para sustentar essa redução, foram investidos R$ 39 milhões em modernização tecnológica e melhorias estruturais, incluindo ultrassons portáteis, ventiladores, sistemas de videolaparoscopia, reforma da Central de Material Esterilizado, revitalização dos postos de enfermagem e adequação do centro cirúrgico. Novas obras e aquisição de equipamentos estão previstas para ampliar ainda mais a capacidade da unidade.

O gerente médico Patrick Araújo explicou que casos mais graves são atendidos com prioridade, respeitando critérios técnicos de gravidade. O novo fluxo do pronto-socorro direciona pacientes para as Unidades de Internação, Ortopedia e Cirurgia, onde recebem assistência integral enquanto aguardam o leito definitivo.
Além do mutirão, a gestão adotou soluções estruturais permanentes, como o Projeto Terapêutico Singular (PTS), controle de infecções, acompanhamento de pacientes crônicos e ambulatorial de egressos, além de fluxos otimizados que aumentam a rotatividade de leitos.

Fonte: Mais Goiás