Podemos enfrentar terremotos no Brasil? Veja o que dizem os especialistas

As últimas notícias a respeito de um terremoto – de magnitude 8.8 – que atingiu o litoral Russo na escala Richter, têm assustado a maioria das pessoas. Então, se você já se perguntou “será que o Brasil pode ter terremoto?”, este artigo responde, com base em dados científicos, a essa questão.
Em primeiro lugar, é essencial destacar que o primeiro tremor documentado no Brasil, data de 1724, em Salvador (BA), conforme registros históricos.
Dados do século 20 confirmam eventos significativos: o tremor mais intenso ocorreu em 1955 na Serra do Tombador (MT), com magnitude estimada em 6.3.
Outros eventos importantes incluem o sismo de 6,1 graus, entre Acre e Amazonas, em 2007, e o de 4,9 graus em Itacarambi (MG), que causou a única morte confirmada, até hoje, no país por terremoto.
O que a ciência diz
O Brasil ocupa uma área intraplaca, longe das zonas de fronteira tectônica. Portanto, ele está menos sujeito a tremores frequentes ou de alta magnitude. No entanto, ao contrário do senso comum, o território brasileiro apresenta falhas geológicas ativas.
Pesquisadores do Instituto de Geociências da USP, catalogaram cerca de 48 falhas que podem gerar atividade sísmica eventual. Por outro lado, alguns tremores relatados tem origem induzida, ou seja, decorrentes de atividades humanas – especialmente o enchimento de grandes barragens, pelo enorme peso que passa a existir no local.
Um exemplo ocorreu na hidrelétrica de Capivari-Cachoeira (PR), entre 1971 e 1972, quando a construção da represa provocou sismos com impacto local.
Segundo Marcos Ferreira, geofísico do Serviço Geológico do Brasil (SGB):
É menos provável que o Brasil experimente terremotos de magnitude elevada… mas tal hipótese não pode ser descartada.
Além disso, o sismólogo Diogo Coelho explica que, em 2024, no norte do país, houve um tremor de magnitude 6,6 mB. Entretanto, ocorreu a mais de 600km de profundidade – o que fez com que não fosse sentido pelas pessoas locais.
Contudo, mesmo que os mega-terremotos sejam extremamente raros no Brasil, os dados mostram que pequenos tremores acontecem e já houve eventos de magnitude significativa. Portanto, apesar da sensação de segurança oferecida pela estabilidade continental, o risco não é nulo.
Ou seja, todo o histórico do Brasil (sobre as atividades sísmicas) mostra que é fundamental manter estruturas robustas de monitoramento ambiental e engenharia sismorresistente, sobretudo nas áreas mais sujeitas a abalos – Minas Gerais, Rio Grande do Norte e outras…
Enfim, enquanto a rotina dos brasileiros não envolve tremores, convém lembrar que a possibilidade existe e a ciência está atenta para qualquer indício.

Fonte: Fatos Desconhecidos